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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Não se vá...

Vejo o mundo ruir a minha volta, ali, sentado em uma cadeira que brilha, reluz. Neste local não há mais vaga para mim. Não, eu não me sinto mais em casa. Nem sei mais onde me sentir em casa. Por baixo da calota craniana um milhão de possibilidades e nenhuma possibilidade, ao mesmo tempo. O coração que ama uma, duas, três, quem sabe quatro ao mesmo tempo? Permita-se perceber o caos. É só caos. Você, que com muito esmero adentrou-se, acolheu e cuidou e nada teve em troca, agora compassa os passos com alguém que não eu. Esta outra preferiu manter-se em sua zona de conforto e aqui já não mora mais. Uma terceira que teve de tudo mas nada quis; deixou aqui apenas dúvida e eterna vontade. Aquela quarta onde era quase tudo perfeito, mas as suas histórias distorcidas embaralharam a cabeça deste pobre sujeito. O peito bate descompassado, meio abobalhado, atrapalhado. Não sei o que sinto, tão pouco sei se realmente sinto. Era uma, duas ou três? Do que realmente importa se agora não há ninguém? Ninguém. É no ímpeto desse encontro que qualquer foto da primeira dentre as quatro se materializa em alguém. O desespero transforma a calma em fúria, a mesmice em novidade, a inércia em palavras. De quem se trata? A quem me refiro? Eu não sei. A foto que vejo até tem um rosto; com ele um segundo a fazer um par; desagradável par. Passam alguns segundos, alguns minutos e volta a calma, volta a inércia e aqueles velhos desorganizados pensamentos. De maneira egoísta me encho de um ódio descomunal e não aceito o que vejo. Pensar que para mim é apenas uma dentre quatro (ou mais?) mas não aceitar que eu não seja mais nada é estarrecedor. Eu tento, eu quero deixar passar, mas só uma coisa ecoa em minha mente: não se vá.