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sábado, 25 de dezembro de 2010

Então é Natal...

e ano novo também.


E seja feliz quem..."

Grande Simone...


#FAIL


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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Mal do Jaleco Branco.

Vestiram de branco o bondoso menino.Vestiram de branco o tranquilo menino.Fizeram o garoto de aprendiz de doutor. E as suas mãos o dom de curar a dor. No começo o olhos ainda maravilhados com tanta esperança. Nos olhos eram nítidos o brilho de uma criança. Com o tempo contudo veio a mudança. Esqueceram de lhe avisar que o coração não aguenta sofrimento.Pior ainda foi omitir a estratégia da mente frente a tanto lamento. Se fecha no clausuro tudo que é alheio sentimento.Presta atenção apenas ao que vem de dentro. Se viu transformado aquele velho menino. Passa a ser diferente a visão frente a seus olhos. Não ache que assim fica difícil amar ou mesmo saudade sentir.Mas ao choro alheio ele passa a se omitir.Todos a sua volta começam então a se assustar.Tamanha a frieza lá de cima do altar. Difícil entender que o que não te importa pode sim a outro importar.Mal-feito feito a mais bela desculpa não há de consertar. O pior é que ninguém sabe como regressar. Não é um simples computador com o botão de resetar. Se mostra agora o menino, quase um doutor. Quase, mas sem nenhuma pompa de quem quer ir. Como pode ir se pouco lhe vale a dor alheia? Como pode ser ele tão imparcial ao que o próximo anseia? Vestido de branco estava o menino e sua frieza. Vestido de branco estava o nervoso menino. Vestido de branco, um branco sem nenhuma clareza. Vestido de branco percebeu sua fraqueza, e ele decidiu voltar...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Acelerado.

Acho interessante essa maneira que eu vejo o desespero brotar. Não, definitivamente o desesperado não sou eu. Ao menos, agora, não mais. As atitudes se misturam em meio a uma idéia meio anarquista, meio egoísta e burra de agir. São sorrisos débeis, abraços nada francos e uma necessidade gigantesca de provar para si que o melhor foi feito e ponto final. Aos olhos, um marejar já não tanto melancólico, mas no jeito de ser e de andar sempre aquele ar meio heróico de lidar. Por essas e outras que sei o por que do meu desistir. Desejo fluir. É nessa onda que surfo no mar do desapego. Olho para a minha obra e me entristeço ao perceber que ela anda beirando a expressão " Por um Fio ". O ritmo dos tambores é mais acelerado no meu peito. Se os chineses estiverem certos, sou eu mais um condenado a viver menos, pois definitivamente já queimei boa parte das respirações contadas com as quais nasci predestinado a ter. E foi por isso que viram em mim defeito; nada além de ser um sujeito acelerado. É triste eu ver que a minha angústia é muitas vezes tranquilidade para certos companheiros. Mais triste ainda é ter que me convencer que somente a mim foi concedido o dom de alargar as horas. Pouco me importa a maneira alheia de enxergar ------ quando penso na minha agonia, e no meu anseio pela obra categórica, estruturada, próxima à perfeição, vejo que sou eu definitivamente a onipresença, a onipotência, e o retrato falado do bloco do eu sozinho.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Filho do Fogo

Sinto em dizer que nada a fazer é motivo pra pensar
Sinto em me ver como uma engrenagem de relógio caro, sempre a funcionar
É com uma dor no peito que te conto sem jeito que sai mais caro pra ti, ao invés de me denegrir, me elogiar
Sou eu assim um ser difícil que morre pelo seu vício, o de querer sempre reinar
Em pouco tempo te conto e te mostro muito do que forma o meu mundo
Ao mesmo tempo percebo o quanto falta de lá do fundo
É com muita dor e agonia que eu ouço as suas críticas lacivas
Mas a felicidade que fico é ANOS LUZ mais perigosa quando ouço um elogio

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

7 dias

       Saudações à nação musicista. Disserto eu, aqui, sobre a inexorável estadia de música deletéria que diz-se ser a verdadeira obra prima tupiniquim. Não crucificarei as grandes figuras que protagonizam a banalização do veículo musical; ao menos em parte. Venho aqui prestar indignação contra as mentes dançantes impregnadas por esse Belmarquismo sem “pé nem cabeça”; elas estão levando a grande ilha de Vera à irreversível falência sonora. A infestação das ruas nos dias que antecedem a quaresma dar-se pelo profano, juntam-se todos e louvam tamanha grandiosidade sem pudores nem horrores, todos têm direito a tudo, varia de um delicioso murro na cara ao mais tenebroso beijo; será mesmo a musicalidade que gera esse tropismo? Pés, mãos, braços e pernas, bocas, todos juntos em seu brilhantismo perfeito fazendo nascer daqueles gigantescos carros alegóricos a marcha que inicia a espalhafatosa caminhada, incessante, exagerada, desejada, esperada. Eles preferiam não estar ali, mas a cólera que chega e invade cada criatura que pula incansavelmente os mantém onde estão. Porque fazer do ouro latão e do latão ouro? Até mesmo os próprios criadores desse sistema único de agregação de massa e disseminação de volátil felicidade duvidam de sua própria qualidade. Duvidam não, têm certeza da “não-qualidade” de seu produto – apostam todas as suas fichas num sistema vicioso de idiotização daquele seu público tão vasto, medíocre. É criada então uma corja de completos irracionais, filhos de ninguém, sem dono, irreverentes, alucinados, alcoólicos, desapegados, violentos, desgarrados, ouvintes da “boa” música. Destrói-se aos poucos o poder cultural de uma nação tão promissora, terra de cantos, encantos e bossa nova, terra de Chicos, Caetanos e Luiz, terra de Vinícius e de Jobins. Tudo isso em sete dias. E no sétimo dia dar-se início a um novo ciclo, um vício. Como câncer, alastra seu teor maligno e condenador pelas adjacências. Fadado está o enfermo. Como câncer, ainda não tem cura. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Venenosa

Refém de uma intimidade pouco íntima
Da sua vontade um tanto fingida
Desse seu jeito de se encostar
Olho pra você de uma forma meio vazia
Sinto sua atitude fria se tornar de um calor primoroso

Não sei se o bem me quer ou se o mal tem feito o seu papel
Não sei o que é julgar, pois fui fisgado pelo teu mel
Pouco sei realmente da vida
E o que verdadeiramente acontece ninguém sabe

Vejo o bico que você faz com a boca
Com jeito de menina dengosa
Mas sinto na sua prosa um gosto um tanto ruim
Muito pior são os rumores, sempre tão cheios de “amores”, que colocam em você por aí

O dengo se torna uma droga e o gosto passa a fazer sentido
A garota dengosa destila em sua prosa seu doce veneno

É estranho sentir o corpo encostar
Beber um pouco do suor que escorre pescoço abaixo
E logo após trocar um olhar e sentir coisas que não sei onde acho
Perdido no deserto da minha consciência vazia

Por fim passo então a delirar, tentando arquitetar como seria o futuro
Mesmo após tantos avisos, o peito como um desavisado, dispara contra a corrente
A falta passa a ser rotineira,  o cheiro se entranha em todos os lugares
Sou eu um viciado no seu doce veneno

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reperfusão!

Pálido e gelado...quase morto, um pedaço inanimado de carne, sem cor e sem função. Lá estava ele saindo daquele prédio que a população chama de açougue. Saiu de lá às 01:00 h daquela manhã de quarta-feira de setembro, igual a todas as outras. Enquanto isso havia uma movimentação em direção a outra edificação "açougueira", porém no outro lado da cidade e devo dizer que esta era mais organizada. Cheguei lá bem antes do pedaço de carne; mais precisamente cheguei às 00:00 h no limiar entre a terça e a quarta, troquei as minhas vestes e me dirigi a um salão denominado Conforto - era sim um local confortável, deveras. Fiquei ali sentado por longas 2 ou 3 horas, esperando o que aconteceria ali...logo uma colega se juntou a mim naquela ânsia e percebi que não estava sozinho. Às 4 h estávamos todos na sala onde tudo ocorreria. Éramos 10 ao todo. Cheguei a rir comigo mesmo ao pensar que um de nós chamava-se Cansado, e delirei por um momento como se fôssemos a branca de neve e os sete anões; era impossível pois haviam duas mulheres e éramos 10. Claro que sei que não havia um Cansado entre os sete anões, porém o devaneio veio bem a calhar naquela hora da madrugada. Começamos a desenvolver o que fomos proceder ali. Lâminas, fios, líquidos, aparelhagem, tudo no seu devido lugar. Duas luvas em cada mão. Roupa impermeável. Óculos. Máscara.Tudo ali havia de ser meticuloso devido ao risco para os 10 quanto para aquele ser que jazia enfermo no centro da sala. Cortava-se, drenava-se, aspirava-se, solicitava-se, e tudo acontecia ao mesmo tempo por ali; e de repente chegamos lá onde queríamos. Consegui enxergar e notar que os livros conseguiam ser bastante fidedignos nos desenhos esquemáticos - o pedaço de carne que eu observava era meio roxo, meio escurecido, meio disforme, meio pequeno, a palavra certa seria fibroso. Rígido como não deveria ser. Aparentemente mais morto do que aquele que jazia à mesa ao lado, em uma cumbuca de metal cheia de um líquido gelado. Ah, esqueci de falar disso. Voltamos então ao primeiro pedaço de carne que chegara ali às 1h da matina. Chegou com tanta pompa que todos pararam para observar apenas o invólucro que lhe guardava; era ele sim muito importante. A esperança de uma vida, ao menos alguns anos a mais. Estatisticamente cerca de 5 anos, quando pensamos em 80% dos casos. Em seu momento o décimo integrante da equipe, o qual ainda não tinha citado, surgiu e levou a embalagem com o pedaço de carne, pálido e gelado. Levou consigo minha fiel companheira que me guiou durante os primeiros minutos de procedimento. Fariam eles um tal de Back Table. Sabe-se lá o que era aquilo. Sei que 1 h depois surgiu o conteúdo do invólucro nesta cumbuca de metal acima citada. Envolvido em um plástico e embebido em um líquido de nome de Granfino. Pronto, estávamos à espera na marca do pênalti. O batedor fora convocado. Ele chegou algum tempo depois. O 11º jogado. Com primor chegou retirou o que ali era velho e trouxe o novo. Retirou o novo do seu recipiente e rapidamente introduziu na cavidade. Era um tal de líquido gelado o tempo inteiro - cansei de tanto me virar. As costas sonhavam com um momento de trégua. ele demorou a chegar, contudo. Mas valeu a pena. Ligou os tubos que havia de ligar e foi embora o magnífico jogador. Fez a sua parte e foi embora. Ali naquele momento percebi a mágica da vida. Aquele pedaço pálido e gelado inundou-se de um vermelho intenso em questão de minutos. Sucesso fora a Reperfusão. O que se seguiu não importa. A vida inundou aquele ser de maneira que jamais havia visto. Renasceu um morto vivo. Que lindo.

sábado, 4 de setembro de 2010

Desamparo





Pesa a mão da consciência nas horas vazias

Horas que não apagam jamais o mal-feito feito

Um telefonema muda o dia...rasga, torce e mete medo

Receio de pensar num futuro ainda mais incerto, e tão perto

Troca-se então os novos pelos velhos, que agora parecem ser interessantes novamente

Ao menos para quem não tem nada nas mãos. Só a sujeira

Em meio a isso tudo, percebe-se a falha naquela irmandade

Já não tinha mais idade para tudo aquilo

Nem ao menos sei se realmente pertenci por um único segundo a esse mundo

Me perco agora num enorme vazio, sem topo e sem fundo

A culpa martiriza ainda mais os meus dias...as risadas vão ficando cada vez mais sem graça

O medo de pensar que daqui para frente dificilmente vai ser diferente.

Perdi.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pão de cada dia!

Salve salve ao pão de cada dia

Essas emoções que já não nos cabem mais

Interrompe-se um ciclo para iniciar outro

Sempre, sempre acreditando num futuro tão pleno, sereno

Espelhando-se naquele que nem sempre é tão correto...incerto

Na certeza de uma amor por aquela menina....franzina, e sempre de branco

Aqueles olhos de mar...quase sempre a marejar quando se fala dela...magrela

Pelo sim pelo não, guarde contigo a sua imperfeição e pense sempre nas cifras tão ricas

Tão mínguas? Tão pequenas quando são plenas a sua e a minha intenção

Não pense num futuro de abandono...segue a sua história meio sem dono

Sem dono, o dono da extradição. Obrigado Pão.

Obrigado Pão.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Todos os meus amigos"

Fiz de todas as forças do universo uma redoma somente minha

Fui líder, fui senhor de todas as palavras

Por doces e infinitos segundos

Quantos eram os meus subordinados?

Eu tive que crer que ao menos ao ser, teria que entender até que ponto iria

Somos todos responsáveis por quem cativamos

Que culpa teremos se apenas somos objetos de caminho maior?

Será?

Guiado por passos entorpecidos fui então banido do mundo da perfeição

Cambaleando e sem "saco", meu mundo disfigurado, sem norte e sem chão

Me vi apenas um menino, refém de um único castigo....

O de viver sem nenhuma razão

Filho da minha maravilhosa estrela...me sentir como uma paixão tão vermelha

Dona da situação

Pois é.

Amigos, filhos da sorte...os mesmos, porém filhos da morte....

Filhos de minha imperfeição.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Vermelho

Permissivo, quase itinerante, vive ele zanzando acima do meu ombro esquerdo
Sensível, emotivo, impulsivo, principalmente impulsivo
Sigo eu pagando as dívidas da maldade que ele dissolve no meu sangue
Não falo nada, somente escuto, talvez esse seja o meu maior defeito
Pés entre as mãos. O que foi que eu fiz? A cabeça repleta de dúvidas pueris
Uma única pergunta preenche a minha cabeça de maneira a me corroer, a martelar
Até eu sucumbir. Num momento propício, como uma rolha, soltei a bomba no ar
Era só aquilo? Era realmente só aquilo? Quem saberá?
A mistura de pensamentos de um moleque com etanol transformou aquele noite
Desastre, sem fim, sem preço, sem volta, sem tantos detalhes. Pouco importava quem fosse
Mais não foi assim. 

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Hold your Breath!

Nada como andar distraído, entregue.

O movimento contínuo e despretensioso até o veículo.

Negro, solitário e ao mesmo tempo tão seguro aos meus olhos.

Inocentes olhos. Como se não fosse possível entender, partiu daquele rosto.

Aquele mesmo rosto mal tratado pelas mazelas da vida. Aquele que a exatas 3 horas olhou em seu olho.

Aquele mesmo, com cara de cão sem dono, o qual almejava por míseros 2 reais. O vilão.

Num ímpeto anunciou a sua fala invasiva...cruel e desleal..havia eu pagado, ora bolas...certamente os

combinados 2 reais. Num ato de covardia entra um coadjuvante e solicita "com carinho" um pagamento mais

substancial: "Vamos mermaum, carteira e celular, isso é um assalto" Talvez por sorte ou por azar nada tinha

eu na carteira, fora os meus documentos é claro...aquela boa alma fez questão de deixá-los comigo, ao

menos. Vale dizer que no outro bolso repousava o meu querido companheiro tecnológico, filho da grande

Maçã, o qual agradeceu pelo companheiro finlandês tão miúdo, o qual terminou sendo sacrificado em prol do

grande irmão. O que é isso companheiro? O que é isso?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dia após dia, capítulo após capítulo, segue a vida aos passos lentos, largos e lentos.

não sinto dor, não sinto medo, não sinto arrepio, não sinto nada, e sinto tudo.

Panacéia. Neste momento um compêndio. Deslumbre? Empolgação...segue o ritmo dos tambores

meio malemolentes, baianos. Vou no rompante, na cadência...tentando acompanhar a valsa do homem bêbado

que me leva pra diversos lugares, outros lugares. Fui.

domingo, 22 de agosto de 2010

O coração disparara novamente, a duvida que pairava no ar 
se tornava uma certeza angustiante e assustadora, pelo menos por alguns instantes...longos e torturantes instantes, porém decisivos. O que ele faria? Se deitara ali no canto; olhava para o teto, no rosto um semblante de espanto ao constatar o fato de que não mandava em si próprio. Medo. O que faria? E aquele beco sem saída? Pensava consigo mesmo, enquanto a balbúrdia pairava no ar, como escapar. Regressar? Ou não? O peito pesava tanto quanto ou mais do que 1 tonelada. Era o fim e o começo, o fim e o começo.    

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Raio de Luz

Naquela quarta-feira de tarde chuvosa, ainda no iniciar da tarde, nada preenchia o tão branco corredor. Cheguei sozinho, avaliei o ambiente e nada percebi; adentrei à direita, em meados do 6º ou 7º metro da via azulejada e entrei em uma porta à esquerda. Pronto, havia chegado ao meu destino. Lá 3 indivíduos dividiam uma salinha bem pequena, ornamentada de maneira a agradar olhos pueris. Meu telefone, naquela tarde, não parou de tocar por um único segundo e por esse motivo por diversas vezes precisei retornar ao corredor. Em uma das minhas investidas em busca de um local reservado para falar ao telefone me deparei com Ela. Pequena, definitivamente pequenina era ela. À observei como um gigante observaria um vilarejo, se gigantes existissem é claro, tamanha era a diferença de nossas estaturas. De primeira ela não fixou o olhar em mim, não sei se por vergonha ou por realmente não achar a minha figura interessante; isso durou alguns segundos. Decepcionado sem resposta afetiva voltei ao meu lugar na salinha à esquerda.Em um outro momento, já sem a desculpa telefônica, fui para fora em busca daqueles olhos sorrateiros. Impressionou-me o fato dela já estar me observando quando abri a porta da salinha. Ela sorria. Percebi naquele momento que tudo não tinha passado de pura vergonha; olhei-a então com mais atenção e percebi que deveria ser uma criança, de mais ou menos 3 ou 4 anos de idade. O que destoava naquela cena era o colar que a pequena usava. Não, definitivamente não era qualquer colar; ao menos não era coisa de criança. Tinha um ar adulto naquilo tudo, não relacionado a maturidade mas sim ao grau de agressão que aquilo representava, ao menos para mim. Ali, o que agredia o meu olhar era a presença de uma traqueostomia que era suavizada por um cordão que envolvia o pescoço. Estive tenso por alguns minutos; uma sensação de tristeza me invadia naquele momento. Um arrepio percorreu a minha espinha - pensei no filho de meu amigo, pensei em todos os bebês que eu conheço, pensei nos meus futuros filhos, se houver algum é claro, enfim, pensei muito. E ela? Sorria. Que peso tinha aquilo para ela? Aos meus olhos, a tão pequena menina era "adultificada", enquanto ela, quem carregava o tão pesado fardo que eu enxergava nada sentia de diferente. Andava como qualquer criança. Falava como qualquer criança. Encantava como qualquer criança. Sem dúvida, para ela, estava ali usando um colar, um divertido e belo colar. Com um gesto de mãos e um sorriso, tentando esboçar uma palavra que na certa ela não conhecia, entendi que ela me chamava, que queria que eu me abaixasse até que ficássemos equiparados em altura. Correspondi o sorriso e fui até ela, me agaixando para alcançar o que eu imaginava ser o objetivo dela. Obtive sucesso. Ela sorriu e veio de braços abertos como se viesse me abraçar. Me enganei, mas não me entristeci por isso, pelo contrário, sorri de felicidade. A pequenina focou os olhos no meu pescoço - em volta dele pendia um instrumento, científico, sério. Ela via um brinquedo ou um colar assim como o dela. Sorri ainda mais e aquilo iluminou o meu dia. Atendi o dia inteiro como nunca havia feito antes. Tudo isso durou apenas 2 minutos. O nome dela? Não sei, mas gosto de pensar que é "Raio de Luz".

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Vândalo


         A origem da palavra: "Os Vândalos eram uma tribo germânica oriental que penetrou no Império Romano durante o século V e criou um estado no norte da África, centralizado na cidade de Cartago. Os vândalos invadiram Roma no ano de 455, saqueando-a e destruindo muitas obras primas de arte que se perderam para sempre."

            Quem destrói obras de artes se não criaturas irracionais? Contudo não é sobre isso que venho falar agora: como hoje foi dia de Brasil na copa, quero falar de futebol. Meloso, ardiloso, definitivamente um louco. Instável, inconsequente e consequentemente nunca pára para analisar as suas lambanças. Temperamento pueril, e comentários sempre cretinos - quase um bicho. Não seria mesmo a Jabulani uma patricinha Oh meu amigo?! Surgiu agora uma analogia entre as travas da chuteira Melosa faminta e os dentes de um pitbull, sempre a procura do que morder. Não, essa não é mais uma tentativa equivocada de crucificar um único indivíduo pela derrota com gosto de laranjada. Até porque maior culpa tem aquele que confiou na estabilidade mental de um indivíduo tão visivelmente desequilibrado. Foram tantos os avisos. Um marco esse episódio deste 02 de julho - tanto na perna do jogador holandês como também na cabeça de todo o povo brasileiro. Como alguém pode ao mesmo tempo ser tão delicado dando um passe primoroso para o tão bonito gol e também deferir um tiro contra a própria meta e finalizar tudo com uma expulsão precoce, irracional e completamente desnecessária? Acho que todos vamos nos perguntar a partir desta data, como seria se o Vândalo não estivesse em campo? Seria um zero a zero sem sal? Iríamos às penalidade máximas?  Não importa; nem mesmo importa o fato de termos perdido. A derrota faz parte do futebol; 2014 vem aí. O fato que incomoda é que a Laranja Quadrada não ganhou a partida, e sim A Roda de Sambistas Verde e Amarela, azulada naquele dia, que perdeu. Fica claro que amargaremos a eterna dúvida de sabermos até onde iriam aqueles outros jogadores tão obstinados, como o Robson(naquele dia) por exemplo. Soma-se a isso tudo as falhas coletivas da tão concreta melhor defesa do mundo - a retaguarda verde e amarela e o seu fiel regente: a muralha César, também citado como o melhor de todos. Ao fim, é importante lembrar que se já não se pode contar com a frieza de indivíduos normais no calor da batalha futebolística, como acreditar em um vândalo tão desequilibrado. Que feio Felipe. Que triste.

Nada mais a declarar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O cérebro e o Garoto Rosa

Naquele tempo a mesma dor uniu aflitos amigos
Estavam os dois perdidos
Eram dias de noites tão frias
Chuva nas ruas de pedra, e o seu cantor
O cravo, ali tão endiabrado, não era flor, entorpecia
Eram eles dois ratos, por ali tão molhados em busca de seu redentor

Então no porão de um mercado como nunca pensaram o destino mostrou
Que depois daquele dia, naquelas noites tão frias só se pensaria
Em tentar conquistar o mundo...

Certa vez, em noite estrelada, invadiram a casa de um mal feitor
Na porta, antes da entrada, em troca de um trago,  ouvia-se a história de um fiel lutador

Lá dentro, uma refém aprisionada era envenenada achando que era bom
Então dirigindo o seu carro o mais baixo dos ratos consigo então pensou
Que depois daquele dia, naquelas noites tão frias só se pensaria
Em tentar conquistar o mundo...